Mais de 30 anos depois, os times voltaram a se enfrentar. Em comemoração ao aniversário do jogo e à reforma (quase reconstrução) do Thomond Park, estádio em Limerick. Novamente pôde-se ouvir a multidão cantar em auto e bom som a canção irlandesa "Fields of Athenry". Novamente pôde-se ouvir o silêncio tradicional do "Red Army". O mesmo para Haka dos neo-zelandeses. Mas dessa vez, os All Blacks tiveram que encarar o próprio Haka. Tiveram que ver e ouvir as palavras e a dança ameaçadoras que sempre entoaram: "É a morte! É a morte! É a vida! É a vida!...". Os quatro kiwis do Munster, Rua Tipoki, Doug Howlett, Lifeimi Mafi e Jeremy Manning bateram as mãos e os pés aos gritos do Ka Mate, enquanto os compatriotas ficavam só observando, para delírio dos 26.000 espectadores.
Howlett, Mafi e Tipoki fazem o Haka contra os All Blacks
O jogo não foi diferente do embate de Hakas. O Munster e seus kiwis supreenderam no início, mas no final das contas o pegada era quase a mesma. Um pouco mais de garra pelo lado irlandês, mas os All Blacks eram estáveis, segurando a partida.
Tive o prazer de ver a partida ao vivo pela internet. Que jogo! Eletrizante, frenético, daqueles que você chama os amigos que nem entendem rugby, só pelo fato de ser bem jogado, lances bonitos, emocionantes. Cada ruck era muito brigado até que Peter Springer ou Piri Weepu tirassem a bola dali.
Os meninos de Cork saíram na frente aos 8 minutos, com um penal convertido de Paul Warwick, abertura que teve de cobrir a ausência de Ronan O'Gara. Votaram para o segundo tempo com o placar marcando 16-10, e se mantiveram na frente até que Joe Rokocoko mandou um belo side-step para cima de Howlett e, aos 75 minutos de jogo, caiu com Stringer pendurado nas costas, no canto esquerdo do in-goal. E assim os All Blacks conseguiram escapar de outra derrota histórica.
Haka e os tries da partida: